Samedi









"Pude vê-lo graças a luz clara daquela noite de lua cheia. Respirava ofegante, parecia estar exausto. Tinha um olhar fixo indestinguivel tão assustado quanto o meu, uma mistura de medo e ódio, talvez. Depois de algum tempo me encarando, fugiu dali se esgueirando entre os arbustos até sumir rapidamente na penumbra levando consigo seu mal cheiro insuportável.
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Passado o pânico, corri para casa e busquei minha espingarda. Passei o resto da noite em prontidão no celeiro, não podia deixar que aquele monstro ou seja lá o que fosse fizesse algum mal aos animais. Estes, que estavam agitados desde o início da noite, permaneceram assim durante horas, até as três, no momento em que o uivo imponente veio da floresta, devolvendo a paz e a tranquilidade a tudo.
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No outro dia, muito curioso, fui à floresta em busca de pistas da criatura horrenda que havia visto durante a noite; Com excessão do mal cheiro que impregnava todo o lugar, não encontrei nada além de árvores muito arranhadas. Foi quando me dei conta de que não queria mais saber o que tinha acontecido ali."
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Tiarles M. Rodeghiero

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